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Histórico da informatização das obrigações acessórias no Brasil

  • Foto do escritor: Aurea Paes
    Aurea Paes
  • 13 de nov.
  • 3 min de leitura

Ao longo das últimas décadas, o cenário contábil e fiscal brasileiro passou por profundas transformações impulsionadas pelo avanço da tecnologia e pela necessidade de maior controle, transparência e eficiência na gestão tributária.


Nesse contexto, as obrigações acessórias — que antes eram entregues em papel, muitas vezes com grande complexidade operacional — foram sendo progressivamente digitalizadas, acompanhando a modernização dos sistemas governamentais e a informatização das empresas.


Este processo culminou na criação de plataformas integradas como o SPED, que revolucionaram a forma como as informações contábeis, fiscais e trabalhistas são prestadas ao Fisco.


Aqui vai um breve histórico sobre essa evolução e os principais marcos que consolidaram o uso do meio informatizado nas obrigações acessórias no Brasil.

 

Histórico da informatização das obrigações acessórias no Brasil


Anos 1980–1990: primeiros passos

  • 1989 – surge a DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica), inicialmente entregue em formulários de papel.

  • 1991 – Receita Federal começa a informatizar o recebimento das declarações, usando disquetes em alguns casos experimentais.

  • 1997 – criação da DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), ainda em formulário em papel, mas já se discutia a migração para meio eletrônico.

 

Anos 2000: consolidação do meio eletrônico

  • 2000 – Receita Federal institui o PGD (Programa Gerador de Declaração): as empresas passam a preencher as declarações em programas fornecidos pela Receita e entregar em disquetes.

  • 2001 – DCTF passa a ser entregue obrigatoriamente em meio magnético (disquete).

  • 2003 – entrega de declarações via ReceitaNet (internet) começa a substituir o protocolo físico.

  • 2004 – criação do DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais), já totalmente eletrônico.

  • 2006 – implantação da NFe (Nota Fiscal Eletrônica) em projeto piloto, iniciando a eliminação do papel nas notas fiscais.

 

Anos 2010: integração e digitalização total

  • 2007 – nasce o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), marco definitivo da informatização. Inclui:

    • SPED Contábil (ECD): escrituração contábil em formato digital (substitui livros contábeis em papel).

    • SPED Fiscal (EFD ICMS/IPI): escrituração fiscal digital.

  • 2009 – começa a obrigatoriedade da ECD para grandes empresas.

  • 2010 – criação da EFD-Contribuições (PIS/COFINS em formato digital).

  • 2014 – início da EFD-Reinf (obrigações previdenciárias e retenções).

  • 2018 – entrada em vigor plena do eSocial, centralizando informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais.

 

Anos 2020: unificação e simplificação

  • 2020 em diante – forte movimento de substituição de obrigações acessórias por módulos do SPED, e integração com o eSocial e EFD-Reinf.

  • Exemplos:

    • DIPJ substituída pela ECF (Escrituração Contábil Fiscal) em 2014.

    • DIRF sendo progressivamente substituída pela EFD-Reinf.

    • Eliminação de várias declarações em duplicidade, centralizadas no SPED.

 

✅ Resumo:

  • Anos 1990: informatização inicial (disquete).

  • Anos 2000: consolidação com PGD e entrega via internet.

  • A partir de 2007: SPED centraliza e digitaliza quase todas as obrigações.

  • Hoje: praticamente todas são digitais, com tendência de unificação e simplificação.

 

A digitalização das obrigações acessórias representa não apenas um avanço tecnológico, mas uma mudança cultural e operacional no universo contábil.


Com a adoção de sistemas como o SPED, eSocial e EFD-Reinf, houve significativa melhora na qualidade da informação, na fiscalização eletrônica e na padronização dos processos contábeis e fiscais. Ainda que o processo tenha imposto desafios, especialmente no início da transição, os benefícios em termos de agilidade, segurança e conformidade legal são inegáveis.


O caminho da informatização, que teve início tímido nas décadas passadas, tornou-se hoje uma realidade consolidada e indispensável para a atuação profissional na área contábil e fiscal.

 

 

Aurea Paes

13/11/2025


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